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Questão nacional, marxismo, antirrevisionismo e o legado Juche para a luta revolucionária e socialista hoje

  • diegoandre1995
  • há 2 minutos
  • 3 min de leitura
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Diego Grossi

Intervenção no 1o Seminário RPDC – Juche 2025, realizado em Pequim, China, no dia 15 de novembro de 2025.


Camaradas, nessa minha breve intervenção, gostaria de destacar o legado da Coreia socialista e da Ideia Juche para a luta revolucionária e socialista no mundo de hoje no que se refere, especialmente, a três quesitos: a modernização da teoria socialista, a questão nacional e a luta contra o revisionismo. Me movo, nessa direção, por conta tanto da necessidade evidente de sairmos da defensiva imposta pelo imperialismo e pelo neoliberalismo em todo mundo, quanto pelas distorções que à direita e à esquerda se fazem quando o tema é a Coreia socialista.


Todos aqui sabemos que a luta por independência nacional é uma questão milenar que atravessa a história do povo coreano e que, na construção do socialismo, a formulação da Ideia Juche é uma das manifestações desse aspecto. (Comentário: Propus essa mudança pois na Ideia Juche o conceito de “autonomia”/independência possui um caráter amplo: ele é central pelo fato de essa ser uma das exigências e atributos do homem enquanto ser social, ou seja, a luta por autonomia não é uma questão cara apenas aos coreanos, mas também às massas populares de todo o mundo. O conceito de autonomia/independência também não faz referência apenas a luta pela independência nacional, mas possui um caráter abrangente que envolve todo o processo de luta do homem pela dominação e transformação da natureza até a luta das massas populares pela conquista da emancipação nacional e classista e a realização de uma sociedade livre de qualquer tipo de exploração e opressão) Entretanto, é importante notar que a ideia de construção do socialismo em sintonia com as características nacionais por parte dos coreanos nunca se confundiu com a defesa do “socialismo com características nacionais” em abstrato, muito evocado por reformistas e revisionistas há mais de um século, como fizeram os partidos renegados da II Internacional e, em meu país, Brasil, diversos partidos reproduziram de forma declarada ou não. A adequação da teoria e da luta socialista às particularidades nacionais, para os adeptos do Juche, se dá justamente como meio para aplicação de instrumentos da revolução e não para abandoná-la.


Esse legado revolucionário é um aspecto inerente ao Juche e indispensável para sua aplicação. A Ideia Juche é, por natureza, antirrevisionista e não foram poucas as intervenções de Kim Il Sung e Kim Jong Il contra o revisionismo – sendo esse elemento central para a sobrevivência da Coreia socialista durante a crise que levou ao fim da União Soviética e diversos outros países socialistas.


Precisamos enfrentar também a confusão existente entre o nacionalismo revolucionário, aspecto muito importante para os povos vítimas do imperialismo, e o nacionalismo burguês. Nosso nacionalismo revolucionário Juche é inerentemente anti-imperialista, uma expressão da classe trabalhadora e reconhece a importância da luta por emancipação dos povos oprimidos. Somos internacionalistas por sermos nacionalistas revolucionários. Não nos calamos diante do genocídio contra o povo palestino, dos ataques de Trump contra a Venezuela, do bloqueio criminoso contra Cuba, das ameaças contra a China ou contra o cerco da OTAN à Rússia.


Dessa forma, a Ideia Juche, como teoria socialista, revolucionária e anti-imperialista se apresenta como uma importante modernização da teoria socialista que, se por um lado, traduz a luta dos coreanos por independência nacional, por outro, convida os comunistas de todo mundo a pensar em formas revolucionários de modernização da teoria socialista sem abandonar o legado revolucionário de Marx, Engels, Lênin, Mao, Fidel, Che, Célia Sanchez, Ho Chi Minh, Kim Il Sung e tantos outros.


A Coreia socialista não nos fornece fórmulas prontas. Não nos cabe copiar os coreanos – isso seria uma atitude anti-jucheana. O que os coreanos nos fornece de legado é, primeiro, um exemplo indiscutível de sucesso na construção da revolução socialista e, segundo, uma modernização da teoria comunista que precisa ser compreendida e desenvolvida de forma adequada às particularidades da luta de classes em nossas respectivas conjunturas. Estudemos a Ideia Juche de forma dedicada e criativa.


O sucesso da Coreia Socialista atual, sob o comando do camarada Kim Jong Un, permitiu que o país, em poucos anos, saísse de um isolamento geopolítico imposto pelo imperialismo e acatado até por aliados, para ombrear grandes potências, como China e Rússia, numa posição mais enfática de resistência ao imperialismo (como na luta contra o fascismo na Ucrânia) mostra o sucesso da Ideia Juche na manutenção de uma perspectiva revolucionária de luta pela construção do comunismo no mundo. Como certa vez disse Lênin, a prática é o critério da verdade. Que com os aportes da Ideia Juche consigamos reorganizar a classe trabalhadora nos nossos países, derrotar nossas respectivas burguesias e enterrar de vez o neoliberalismo, o imperialismo e o capitalismo de uma vez por todas.


Viva a Revolução Coreana!




 
 
 

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