top of page

Uma sociedade deformada em que o crescimento da produtividade leva à expansão da pobreza

  • Foto do escritor: Gabriel Martinez
    Gabriel Martinez
  • há 15 minutos
  • 5 min de leitura

A era atual é a era da ciência e da tecnologia. 


A ciência e a tecnologia se tornaram o principal motor do desenvolvimento socioeconômico, e com o avanço tecnológico, mudanças extraordinárias estão ocorrendo na vida material e cultural das pessoas, mudanças que seriam inimagináveis em épocas passadas.


No entanto, em qualquer sociedade, o crescimento da produção e a criação de riquezas materiais não garantem que todos vivam bem.


Na sociedade capitalista, a distribuição dos produtos é realizada de acordo com os interesses da classe exploradora que detém os meios de produção. Como resultado, o crescimento das forças produtivas não contribui para satisfazer as necessidades materiais e culturais dos trabalhadores, mas leva, ao contrário, a um aumento da pobreza, ampliando a classe empobrecida.


À medida que a ciência, a tecnologia e as forças produtivas se desenvolvem, esse processo tende a se acelerar ainda mais.


De acordo com um relatório publicado por uma organização internacional, o valor dos ativos de uma empresa de tecnologia de ponta no Ocidente ultrapassou os 100 bilhões de dólares, enquanto o valor total dos bens de 4 bilhões de pessoas diminuiu em 11%.


Enquanto uma minoria extremamente rica se expande em bilionários e multimilionários, as amplas massas trabalhadoras são forçadas a viver com baixos salários e desemprego, acabando por cair na pobreza. Este é o estado real da sociedade capitalista.


No sistema capitalista, o objetivo do desenvolvimento econômico e do crescimento das forças produtivas não é garantir plenamente as necessidades materiais das massas trabalhadoras, mas sim expandir os lucros. Os capitalistas utilizam os avanços da ciência e da tecnologia para, de maneira mais encoberta e astuta, intensificar a exploração dos trabalhadores, enchendo seus bolsos. Isso se torna um fator importante para a ampliação da desigualdade entre ricos e pobres na sociedade capitalista.


Os capitalistas estão se aproveitando dos avanços da ciência e da tecnologia para reduzir os salários dos trabalhadores, intensificando assim sua exploração. O salário é um dos principais espaços para a exploração capitalista.


Historicamente, os capitalistas sempre buscaram, como principal maneira de aumentar a taxa de lucro, reduzir os salários dos trabalhadores. Com o alto crescimento das forças produtivas e a elevação da composição orgânica do capital, a disparidade de renda entre capitalistas e trabalhadores tem se aprofundado de maneira extrema.


Na era da ciência e tecnologia, e na era da indústria da informação, os capitalistas não hesitam em usar todos os meios possíveis para impor salários extremamente baixos aos trabalhadores.


O trabalho intelectual cria um valor muito maior em comparação com o trabalho manual do passado. No entanto, os capitalistas pagam salários extremamente baixos aos trabalhadores intelectuais, e quase todo o valor criado vai para as mãos dos capitalistas.


Quando os monopólios capitalistas dos países capitalistas adotam tecnologia avançada, o objetivo é reduzir ao máximo os custos com a força de trabalho e extrair mais lucros, movidos pela sua ganância.


Isso pode ser visto, por exemplo, no sistema de remuneração por mérito aplicado nas empresas capitalistas. Esse sistema, que paga salários com base no grau de contribuição para o aumento dos lucros da empresa, é exaltado pelos capitalistas como uma maneira de remunerar de forma justa o trabalho intelectual, mas na prática, é uma forma de pagar o mínimo possível pelo valor criado.


Um exemplo claro de como o sistema de remuneração por mérito é um regime de exploração cruel e imoral pode ser encontrado em uma empresa de tecnologia de ponta no Ocidente. Pouco tempo após a sua fundação, a empresa gerou lucros enormes e rapidamente se tornou uma das principais no setor. O valor de seus ativos era muito maior do que o total acumulado por empresas tradicionais do país em 200 anos de existência.


A empresa adotou o sistema de remuneração por mérito, mas os salários pagos aos trabalhadores eram miseráveis. A taxa de exploração da empresa alcançou impressionantes 600%, o que demonstra que a queda nos salários dos trabalhadores se tornou um espaço crucial para o aumento da parte do lucro que os capitalistas tomam para si.


Nos Estados Unidos, devido aos salários extremamente baixos, trabalhadores que têm um emprego, mas ainda assim vivem em pobreza, são chamados de "trabalhadores pobres". Em uma empresa desse país, mais da metade dos trabalhadores com salários baixos afirmam que seus rendimentos são insuficientes até mesmo para sustentar o básico da sobrevivência. Esses trabalhadores empobrecidos são uma realidade em várias regiões dos Estados Unidos.


A situação não é diferente em outros países capitalistas. Recentemente, em vários países capitalistas, houve protestos intensos por parte da classe trabalhadora exigindo aumentos salariais, o que reflete claramente essa realidade.


Contudo, os capitalistas não se importam nem um pouco com as exigências dos trabalhadores. A ganância insaciável dos capitalistas por lucros significa que a intensidade da exploração dos trabalhadores continua aumentando, o que torna a sociedade capitalista ainda mais antipopular.


Atualmente, a crise de desemprego no mundo capitalista está se tornando ainda mais grave.


De acordo com uma organização internacional, o número de desempregados em escala global em janeiro de 2022 alcançou centenas de milhões, o que representa um aumento significativo em relação aos períodos anteriores. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego continua aumentando devido à crise econômica persistente. No Japão, o número de pessoas incapazes de manter o mínimo de sustento devido ao desemprego tem aumentado a cada ano, o que tem causado um aumento no número de suicídios, gerando grande preocupação social.


A origem desse problema está no abuso das conquistas da ciência e tecnologia pelos capitalistas, que as utilizam para aumentar seus lucros. O objetivo dos capitalistas ao adotar competitivamente a tecnologia moderna não é melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores, mas sim aumentar a eficiência da exploração e extrair mais lucros.


Em uma sociedade capitalista, antipopular e reacionária, para os trabalhadores que mal conseguem garantir seu sustento básico, obter um nível de educação superior é algo que está fora de alcance. Em um sistema educacional antipopular, aqueles que não têm acesso ao ensino superior se veem forçados a se tornar desempregados. Mesmo aqueles que se formam em universidades frequentemente acabam sendo derrotados na feroz competição por empregos, sendo forçados a cair na condição de desempregados.


Nos países capitalistas, o desemprego é sinônimo de morte. Perder o emprego significa, imediatamente, enfrentar a fome, pois essa é a situação desesperadora dos trabalhadores em uma sociedade capitalista dominada pela adoração do dinheiro.


À medida que as forças produtivas crescem, a pobreza se agrava. Essa contradição é um produto inevitável do sistema explorador capitalista. Quanto mais os capitalistas se dedicam à busca incessante por lucros e intensificam a exploração das massas trabalhadoras, mais a contradição se agrava. Com isso, o colapso da sociedade reacionária se acelera.


Un Jong Chol


Rodong Sinmun


Artigo traduzido pela página A Voz do Povo de 1945.

 
 
 

Comments


© 2020 Centro de Estudos da Ideia Juche - Brasil.  

 

                       ceijbrasil@gmail.com

bottom of page